segunda-feira, 17 de maio de 2010
TANATOLOGIA
Tanatos (morte) Logia (estudo da). De uma maneira simplista isto é o estudo da morte.
No entanto ela se referiria a TODO tipo de morte, inclusive as pequenas mortes que rodeiam nosso dia a dia.
Vivemo-la em cada momento, somente não a percebemos ou não queremos perceber, muito mais por imposições culturais.
E, como em tudo, não foge à rotina de ter sempre seu contraponto, pois que sempre se fará acompanhar da sua conseqüência, que é o RENASCER. Não há, como se poderá entender após seu estudo, MORTE como FIM.
Desde o nascer do homem, com sua consciência de perda do paraíso ela se impôs como uma passagem necessária ao processo de volta à casa. E sempre foi usada como forma de manter o poder, eis que somos, por natureza, místicos e demasiadamente amarrados a preconceitos, a dependências que nos impõem os mais ardilosos. E não há poder maior que aquele sobre a vida (dos outros, pois a nossa não colocamos em discussão).
Somente quando nos libertamos de tais posturas que nos parecem mais cômodas, seremos capazes de tê-la como aliada e não como inimiga. E para tal precisamos estudá-la, entendê-la a fundo. Só assim perderemos o medo. E redescobriremos que, para nascer, precisamos ter morrido para a vida intra uterina de "conforto" (pelo menos não precisávamos nos esforçar praticamente para nada e tínhamos nossa mãe, pelo menos materialmente, por nossa conta compulsória 24 h por dia). E ainda inocentes, não violentados pela cultura materialista da disputa insana pela subsistência, ansiamos pela outra morte, aquela que nos levará, seguramente, ao lugar de onde viemos e não deveríamos ter saído. Mas nunca admitimos isto, quando somos capazes de verbalizar tal situação. porrque já aí estamos contaminados pelas coisas do mundo, suas mazelas. É mais ou menos assim, a relação medo com desconhecido: Se você fará uma viagem em um trajeto perigoso mas não o conhece, expõe-se aos riscos naturais do mesmo ou evita passar por ele, pelo medo. Mas se você conhece bem o trajeto, não o teme. Procura uma saída para não se expor aos riscos, ou faz um caminho alternativo. Mas nunca foge ou fecha os olhos para a atravessar. Fá-lo com consciência. Sem sofrimento inútil. E não vale o argumento de que o sofrimento seria parte do crescimento e necessário: ele é necessário na medida em que não pode ser ignorado, mas nunca você o criando para si próprio. Isto não seria postura de um Pai de amor, incutir no filho a busca pura e simples do sofrimento pelo sofrimento.
Fugir do chavão domínio/poder é a maneira mais fácil de não fugir do tema.
Os escritos mais antigos, os VEDAS, já tratavam do assunto. E muito se tem falado, escrito, conquanto todos fujamos da sua discussão, quando somos chamados ao mesmo. Nunca achamos que está na hora, daí nunca aprendemos, nunca nos preparamos, nunca nos familiarizamos.
Durante milênios também não se valorizou tanto a vida na terra, pois que a expectativa era mesmo muito baixa. Se consultarmos os escritos, em especial os registros de óbitos, veremos que até o inicio do século, a vida média não ia além de 35 a 40 anos, com pouca diferença entre os sexos.
Ultimamente, com a expectativa de vida 2 a 3x maior, o tempo de permanência na terra se tornou muito importante, mais ainda porque passamos mais da metade deste tempo em condições de conhecimento mais elevado, amadurecidos, críticos, exigentes... E isto nos faz ir aos extremos, ora temendo mais que tudo a morte, ora ansiando por ela... Talvez o grande motor a nos mover para enfrentá-la seja o cansaço de fugir dela ou mesmo o desgosto do envelhecer, que também assusta. Também porque um pouco do poder que significava ser dono da vida alheia foi hoje substituído pelo poder econômico porque se vislumbra com ele a idéia de amealhar o conforto máximo que nos é oferecido pela mídia.
Embora, repetimos seja tema presente em todo o Universo, todas as culturas, no Ocidente encontra seus piores conceitos e sua maior ignorância. Nunca foi abordada, exceto pelos pensadores, pelos religiosos, pelos iluminados, como deveria, permanecendo sempre como algo oculto, amedrontador, uma "assassina" mesmo, esta Dona Morte.
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